BBom
Justiça proíbe venda de rastreador de carro por suspeita de pirâmide
Do UOL, em Goiânia
Na semana passada, a Justiça determinou o bloqueio dos bens das empresas Embrasystem (nomes fantasias BBom e Unepxmil) e BBrasil Organizações e Métodos, responsáveis pelo negócio.
Dentre os bens, estão mais de cem veículos - alguns de luxo, como
Ferrari, Lamborghini e Mercedes--, além de R$ 300 milhões em contas
bancárias.
A BBom afirma trabalhar com marketing multinível, e não pirâmide financeira. Procurada pela reportagem do UOL,
a empresa negou ter suspendido a inscrição de novos usuários e disse
que está funcionando normalmente, tanto na venda de produtos, quando nos
novos cadastros e pagamentos.
"Não sei de onde foi retirada essa informação, mas ela não é verídica", afirmou o
representante da empresa Fabrício Augusto.
representante da empresa Fabrício Augusto.
A ação faz parte de uma força-tarefa conduzida pelos Ministérios
Públicos federal e estaduais e que investiga indícios de pirâmides
financeiras pelo país. A prática de pirâmide financeira é proibida no
Brasil e configura crime contra a economia popular (Lei 1.521/51).
A pirâmide financeira é uma modalidade considerada ilegal porque só é
vantajosa enquanto atrai novos investidores. Assim que os aplicadores
param de entrar, o esquema não tem como cobrir os retornos prometidos e
entra em colapso.
Nesse tipo de golpe, são comuns as promessas de retorno expressivo em pouco tempo.
Empresa usa rastreador como "isca", segundo acusação
A BBOM se apresenta como uma empresa que oferece rastreadores de
veículos por meio de pagamento de um valor mensal. Segundo a
Procuradoria, isso não ocorre na prática.
No sistema, de acordo com a investigação, os participantes
associavam-se por meio de uma taxa de cadastro e de um valor de adesão,
que varia conforme o plano escolhido. Em seguida, comprometiam-se a
trazer novos associados e a pagar uma taxa mensal.
A empresa prometia maior remuneração a quem indicasse mais associados.
Segundo a Justiça, a BBom seria um exemplo de pirâmide financeira, já
que os participantes seriam remunerados somente pela indicação de outros
indivíduos, sem levar em consideração a real geração de vendas de
produtos.
O produto que supostamente sustentaria o negócio das empresas do grupo BBom é um rastreador de veículo.
O Ministério Público Federal afirma que isso seria apenas uma "isca"
para recrutar novos associados, como já aconteceu no passado com
investimentos em gado e avestruz, por exemplo.
Procuradoria quer evitar novas 'vítimas'
"O nosso objetivo é evitar novas vítimas. O consumidor precisa ficar
atento, principalmente com a proliferação desses esquemas com a ajuda da
internet e das redes socais, bem como dessas promessas de ganho de
muito dinheiro sem ter que vender um produto ou serviço real", afirmou a
procuradora da República Mariane Guimarães.
Os Ministérios Públicos Federal e Estadual de Goiás expediram
recomendações, no início deste mês, às principais emissoras de TV de
canal aberto (Globo, SBT, Record e Bandeirantes), pedindo que parem de
veicular publicidade de venda de rastreadores das empresas do grupo
BBom.
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